segunda-feira, 18 de julho de 2016

EDUCAÇÃO E SUAS NECESSIDADES DE MUDANÇAS PARA MELHORAR A QUALIDADE DO ENSINO

Em um país cuja taxa de evasão escolar atingiu o número de 24,3%, enquanto os vizinhos do Chile (2,6%) e da Argentina (6,2%) nos deixando bem para trás quando o assunto é acesso a educação e evasão escolar.
O Brasil nos dias atuais ocupa a 55º lugar entre 65 países no ranking de habilidades para leitura do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA).

No meu ponto de vista, existe muita teoria e pouca prática na formação dos professores durante sua graduação, acho que a residência docente deveria ocupar o lugar do atual estágio curricular, que geralmente é a última disciplina do último semestre das faculdades de licenciatura e pedagogia. 

Hoje os estágios são feitos em qualquer escola. Na residência docente, como acontece no sistema de ensino da Finlândia não acontece dessa maneira, existe um tempo maior de prática e conquistas de certificações durante a graduação. Portanto na minha opinião seria importante a prática nas formações de professores, pois vejo muitos estudantes de ensino superior saindo das faculdades sem saber ensinar, totalmente perdidos quando vão para prática em sala de aula.

Seria importante que houvesse uma transformação a partir do ensino médio, pois se formos analisar a educação nos dias atuais tudo gira em torno do ENEM, tudo mira a faculdade, não que isso não seja extremamente importante mais os jovens que estão propensos a trocar os estudos pelo trabalho dificilmente mudam de ideia.

Durante minha experiência como Professora de Ensino Fundamental, Médio e o Ensino de Jovens e Adultos do Programa do Governo Federal o "Projovem Urbano", observei que há uma grande necessidade de estimular a prática da qualificação técnica/profissional. Em países desenvolvidos tais como Alemanha, Suiça, Inglaterra, França, Itália, dentre outros, o nível médio é profissionalizante, como já existiu no Brasil nos anos 40.
Então o que acontece no nosso país é que; "Em nome desse preconceito, de que a vida sem curso superior não tem salvação perdemos a mão de obra qualificada no Brasil." Sendo assim, um dos grandes problemas que assola nossa juventude é a dificuldade de conseguir o primeiro emprego, por falta de experiência  e qualificação profissional.

Portanto é necessário que haja uma consolidação da educação profissional e o fortalecimento de ações e politicas públicas para facilitar a obtenção do primeiro emprego para o jovem.

Luana Flávia
Professora e Especialista em Gestão Pública


sábado, 16 de julho de 2016

AS MULHERES NOS ESPAÇOS PÚBLICOS



Em uma dessas minhas reflexões diárias sobre algumas temáticas, uma em especial me chamou atenção demasiadamente. Então fui lá no Google e em diversas outras fontes de pesquisa, e peguei alguns dados bastante relevantes e concretos.
Chamou minha atenção um dado sobre a representatividade das Mulheres na Câmara Municipal de João Pessoa.
Nos dias atuais menos de 10% das vagas na Câmara Municipal de João Pessoa são ocupadas por mulheres. Das vinte e quatro vagas de vereador atualmente na Câmara Municipal de João Pessoa, apenas duas são ocupadas por mulheres. Isso representa menos de 10% do poder legislativo municipal atualmente. Estes dados são inversamente proporcionais à parcela de mulheres no eleitorado pessoense, que corresponde atualmente a 55% das pessoas aptas à votar na Capital, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE-PB).
Na Paraíba, o número de eleitoras segue a mesma tendência, segundo o TSE, chegando a 52% do total, e em cidades como Campina Grande, Santa Rita, Bayeux e Patos, os números são semelhantes ficando com 54%, 52%, 53% e 54% respectivamente.
Na minha visão crítica falando como Especialista em Gestão Pública, esses dados mostram que as mulheres estão longe de ter uma participação política considerada ideal na luta por mais garantias e direitos das mulheres na sociedade.


“É de extrema necessidade que as mulheres se unam e se movimentem mais. Antes de qualquer cota que os partidos devam preencher, o interesse por mudança deve prevalecer. Nós mulheres precisamos nos interessar mais por política, para que assim possamos interferir de fato nas decisões públicas. Só assim, as políticas públicas serão mais aplicadas”.
O pior é que os poucos espaços atualmente preenchidos pelas mulheres em cargos públicos, e também desinteresse delas pela política, acaba tornando o problema ainda maior. Compartilho da opinião que a participação das mulheres na política deve acontecer sim e de forma natural, a partir do desejo de mudança e de uma maior participação feminina em cargos públicos. Luana Flávia – Especialista em Gestão Pública, Professora e Geógrafa. #TransformarOFuturo
#ComNovasIdeias

sábado, 23 de abril de 2016

AS MELHORES COISAS DA VIDA NÃO SÃO COISAS

Aprendi que o encontro é uma arte. E como não existe a arte certa e a errada, assim é com quem passa pela nossa vida.
Uns vem pra agregar, outros para aliviar. Uns vem pra mostrar o caminho e outros para mostrar por onde não ir.
Alguns encontros duram a vida inteira, outros podem deixar sua marca numa questão de segundos. Encontrar-se é a permissão para se perder... É a porta da liberdade de ser!!
Em cada um, uma infinidade de vida...
Viver plenamente o encontro, o momento, pois a única coisa que temos é o presente.



Muda que o mundo muda com você!!!

É em você que a mudança nasce...
É para contemplar o que você decide que é importante que o universo se mova...
É na direção das suas escolhas que as prioridades se moldam.
Mudar significa se abrir ao inexplorado. Significa querer enxergar o quento de vida ainda cabe nessa vida. Quer melhoria? Comece por você. Seja Forte, exemplo matriz!!
Tudo que você deseja também está vibrando na sua sintonia. Mova-se!!
A vida e os encontros ensina pra quem está disposto a aprender. 
Cada nova experiência traz, em si, uma possibilidade.
Cada passo é uma evidência de crescimento.
É preciso tranquilidade para entender o processo e amadurecer com ele...
Tudo tem uma explicação!!
Não queiram inverter a ordem dos acontecimentos e refletir sobre a jornada, leva a percepção ampliada.
Portanto, tudo que é construído no mundo real foi antes criado no mundo mental. 
A cada nível de evolução, são deixadas provas inquestionáveis, ter sucesso não é algo que se consegue sem consistência ou disciplina. 

Por isso digo e repito as melhores coisas da vida não são só as coisas... A vida é ampla!!

Luana Flávia

sexta-feira, 22 de abril de 2016

O ESTADO E AS SUAS TENDÊNCIAS: OS PROBLEMAS BRASILEIROS E OS PRINCIPAIS DESAFIOS DO GESTOR PÚBLICO

O ESTADO E AS SUAS TENDÊNCIAS: OS PROBLEMAS BRASILEIROS E OS PRINCIPAIS DESAFIOS DO GESTOR PÚBLICO



 LUANA FLÁVIA B. DE OLIVEIRA
Geógrafa, Professora e Especialista em Gestão Pública
Artigo Final- MBA em Gestão Pública
 luanaflavia26@hotmail.com




RESUMO

O objetivo desse artigo é analisar os principais problemas brasileiros e os principais desafios de um Gestor Público, tomando como eixo de análise algumas considerações. Com base metodológica o presente artigo é de caráter descritivo.  Neste estudo, recorremos  aos aportes teóricos de Pimenta (1998), Kliksberg (1997), Duverger (1968), entre outros, tendo como perspectiva de que uma das grandes dificuldades é assegurar e regular gestão dos recursos públicos em benefício da sociedade, sabe-se que nos dias atuais é perceptível uma convergência entre gestores públicos, especialistas e formadores de opinião a respeito das fragilidades e potencialidades do Estado Brasileiro e da necessidade de se propor uma agenda de reforma da gestão pública, de natureza federativa. É importante salientar a consolidação do processo democrático brasileiro, do qual o cidadão se mostra mais consciente da sua co-responsabilidade na gestão de seus municípios. É necessário estarmos atentos ao momento de redefinição do papel estratégico do Estado brasileiro, porque o modelo adotado pelos municípios brasileiros gerou um grande déficit de desigualdades de oportunidades para população, portanto, é preciso refletir a respeito desse modelo de desenvolvimento e sobre as responsabilidades dos gestores públicos, tendo em vista a condução do processo de mudança que possa permitir a igualdade de oportunidades e a gestão participativa; algo que propomos discutir à luz das análises que compõe o nosso referencial teórico. Concluímos que precisamos estar convencidos de que as respostas dos governos às demandas da sociedade não podem ficar restritas à ação de um só órgão ou instituição e nem a uma única esfera de governo.

Palavras- chave: Gestor Público. Estado Brasileiro. Desenvolvimento Sustentável. Administração Pública


ABSTRACT

The aim of this paper is to analyze the main problems in Brazil and the main challenges of a Public Manager, taking as axis some considerations. With methodological basis this article is descriptive. In this study, we used the theoretical contributions Pepper (1998), Kliksberg (1997), Duverger (1968), among others, with the view that one of the major difficulties is to ensure regular and management of public resources for the benefit of society, it is known that today is noticeable convergence between public managers, experts and opinion leaders about the weaknesses and strengths of the Brazilian State and the need to propose a reform agenda of public management of federal nature. It is important to highlight the consolidation of the Brazilian democratic process, which the citizen proves more aware of their co-responsibility in the management of their municipalities. You must be attentive to the moment of redefinition of the strategic role of the state, because the model adopted by municipalities generated a large deficit of population for opportunities inequalities, therefore, we must reflect on this development model and the responsibilities of managers public, with a view to driving the change process that would enable equal opportunities and participatory management; something that we propose to discuss in the light of analyzes that make up our theoretical framework. We conclude that we need to be convinced that the government response to the demands of society can not be restricted to the action of one body or institution and not to a single level of government.

Key word : Public Manager . Brazilian state. Sustainable Development. Public Administration


SUMÁRIO: 1. Introdução – 2. As Grandes Tendências Mundiais e a Transformação do Estado – 2.1 Gestão Pública e Administração Pública: Conceitos e Contextos – 3. Diretrizes da Carta de Brasília sobre Gestão Pública – 4. Considerações Finais- 5. Referência Bibliográfica.


INTRODUÇÃO

      O tema deste artigo está relacionado às tendências do novo Estado e aos principais problemas brasileiros da gestão pública e do gestor público, o mesmo nos leva a fazer uma análise histórica. Numa perspectiva histórica, o Estado liberal do século XVIII foi um Estado mínimo, composto de um pequeno núcleo estratégico e exercendo apenas funções típicas de Estado, tais como: defesa nacional, arrecadação e diplomacia, entre outras. Diante desta configuração os gastos públicos eram muito pequenos em relação ao produto econômico de cada país.
      Sabe-se que os desafios encontrados no Brasil têm origem desde a sua colonização. É importante citar o Estado do bem-estar, que foi emergente nos séculos XIX e XX, e ampliou-se o campo de ação, passando a atuar diretamente na área social e a intervir no domínio econômico. Este Estado passou a ter gastos crescentes até sua crise nos anos 80, quando o gasto público atingiu patamares muitas vezes superiores a 50% do PIB de alguns países. Na década de 80 já se falava em melhorias na Gestão Pública, por isso essa década ficou marcada como sendo uma década perdida, pois devido o esgotamento da capacidade de investimento do governo, déficit público elevado, diminuição das atividades econômicas, os altos índices de inflação, aumento da pobreza e da desigualdade social, aumento da degradação ambiental, enfim um quadro de crise social, política e econômica. Com o capitalismo industrial e as democracias, que surgem no século XIX à administração patrimonialista torna impraticável, pois é primordial para o capitalismo a secção entre o Estado e o mercado e a democracia só pode existir quando a sociedade distingue-se do Estado, controlando-o.
     Algumas das principais críticas à administração pública burocrática pode-se citar a separação do Estado e sociedade, pelo fato de os funcionários se concentrarem no controle e na garantia do poder do Estado. O modelo burocrático está presente na Constituição de 1988 e em todo o sistema do direito administrativo brasileiro. Ele está baseado no formalismo e na presença constante de normas e rigidez de procedimentos.
Um dos motivos da adoção desse modelo seria porque era uma alternativa muito superior à administração patrimonialista do Estado. Entretanto a hipótese de eficiência em que se baseava não se revelou autêntico, o tempo constatou que não garantia nem rapidez, nem boa qualidade, nem custo baixo para os serviços prestados ao público.
      Após as duas guerras mundiais do Século XX, o Estado se viu na obrigação de se reerguer politicamente, economicamente e socialmente. A partir de então surge o Estado Social, que tinha como deveres, o acesso da população à educação, moradia, saúde etc.
      Essa situação em âmbito social foi um pouco amenizada na década de 90 onde já se podiam observar alguns avanços, tais como; inflação mais controlada, maior entrada de capital e alguns sinais de dinamismo econômico. Nesse período o Estado inicia alguns processos de descentralização administrativa e desregulamentação da economia, onde começou ser estabelecidas novas diretrizes e relações entre as esferas públicas e privadas, ocorrendo assim o fortalecimento das instituições democráticas.
     Surge então uma nova tendência que agrega um conjunto de importantes ideias sobre a temática “Nova Gestão Pública”. A nova gestão pública supõe importantes mudanças sobre a maneira de alcançar resultados no âmbito público servindo como celeiro de orientações, métodos e diversas técnicas. Sendo assim, esse aperfeiçoamento é feito através da transição da lógica do planejamento que prevalece o conceito de plano e da racionalidade para a lógica da estratégia, onde prevalece a montagem de cenários que permitam flexibilidade necessária para eventuais mudanças do planejamento público. O processo de transformação do Estado tem sido um movimento constante e encontra-se em uma fase em que as mudanças estão ocorrendo muito mais rapidamente.
      Encontrar um novo papel para o Estado, redefinir e reorganizar os padrões de gestão e intervenção pública, no contexto de uma nova ordem cada vez mais globalizada, democrática e com restrições fiscais severas, representou um complexo desafio mesmo para sociedades com elevados padrões de renda e de desenvolvimento humano.
      Conforme Duverger (p.25, 1968):
“O Estado – e, de um modo geral, o poder instituído em uma sociedade – é sempre e em todo lugar, ao mesmo tempo, instrumento de dominação de certas classes sobre outras... e um meio de assegurar uma certa ordem social, uma certa integração de todos na coletividade para o bem comum. A proporção de um e outro elemento é muito variável, segundo as épocas, as circunstâncias e os países; mas os dois coexistem sempre.”

      No entanto, voltemo-nos, agora, abordagem de Marx sobre a estrutura do Estado.
      Segundo Marx (p.23, 1968); “que reconhecia a realidade como em contínuo movimento e permeada de contradições e conflitos e que propôs uma abordagem de totalidade da mesma, lança as bases definitivas para a formação da Ciência Política. No todo, expresso pelo modo de produção, haveria uma articulação necessária entre a base - estrutura sócio-econômica – e a superestrutura – estrutura formada pelas estruturas jurídicas, políticas e ideológicas. De tal forma, que não seria possível compreender o fenômeno político unicamente pelo universo político, mas necessariamente tendo que integrar na investigação os demais níveis da vida social, isto é, na perspectiva da interpretação de totalidade.”
      O Estado Moderno tem assumido funções e responsabilidades que são retomadas posteriormente à sociedade, que de certa forma vem se caracterizando como um processo cíclico de evolução da civilização, onde o mesmo desempenha um papel catalisador na busca da prosperidade econômica e da justiça social, constantemente assumindo funções e devolvendo-as. Reformar o Estado e suas instituições tornou-se requisito para se alcançar padrões de governabilidade e governança no mundo desenvolvido e globalizado.
      A criação do Estado teve como principal escopo a pactuação social de entregar a um ente superior o provimento de necessidades humanas impossíveis de ser satisfeitas pelo individuo. Não há dúvidas acerca do papel da governança estatal, ora exercida pelos três poderes constituídos, no sentido de garantir a gestão da “res publica” no interesse do cidadão. Tendo em vista que a Administração Pública deve-se orientar por princípios basilares – a exemplo da legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência -, de sorte que os negócios do povo possam caminhar sempre na direção do interesse público. Em que pese a história do Brasil raramente ter consignado exemplos de governança segundo orientações, o certo é que, num processo de evolução, podem-se notar alguns progressos na profissionalização da gestão pública.
      Dentro desse contexto, podemos considerar as diversas feições que o Estado assumiu ao longo da história, não há como duvidar que é o Estado um artifício da inteligência humana, voltado para o atendimento de uma necessidade individual que, para sua satisfação, implicaria a criação de um bem maior que ultrapassasse os limites do bem particular e que, ao mesmo tempo, fosse capaz de protegê-lo.
      De acordo com WEBER (p.11, 2000)
“Os fundos e equipamentos públicos estão separados da propriedade
privada do funcionário: este fator condicionante é, em todos os casos, o resultado de um longo processo. Atualmente, dá-se tanto nas empresas públicas quanto nas privadas; nas privadas, o princípio atinge, inclusive, o empresário principal. O escritório do executivo está, em princípio, separado do lar, e também o estão a correspondência de negócios da privada e o capital do negócio das fortunas particulares. Estas separações são tão sólidas quanto mais arraigadas se encontra a prática do tipo de administração empresarial moderna. Mas este processo começa a ocorrer já na Idade Média.”

        Sendo assim, entende-se que o Estado consiste numa relação de dominação do homem sobre o homem, e esta dominação se baseia no uso da violência legítima que garante a existência do Estado, sob a condição de que os homens dominados se submetam à dominação. Na aplicação do constrangimento legítimo sobre um território, o Estado apoia-se nas leis, na força militar e numa administração racional, que lhe permite intervir em domínios diversos.
      Na visão de Max Weber o Estado é também uma instituição econômica que gere as finanças públicas ou as empresas nacionalizadas, e intervém em diversos domínios (educação, saúde, economia ou cultura). No entanto, a nação é para Weber uma realidade emocional, baseado em diversos sentimentos que não tem origem econômica e que se disseminam pelas massas pequeno-burguesas.
       No processo de aceleração e transformação do Estado Moderno, fica visível a importância das grandes tendências mundiais relacionadas à globalização, a progressos na tecnologia da informação e à emergência da sociedade civil organizada. Neste momento, o Estado está abandonando algumas funções e assumindo outras, que o está levando a um novo papel, onde o setor público passa de produtor direto de bens e serviços para indutor e regulador do desenvolvimento.
      Tendo em vista essa breve abordagem histórica sabe-se que o quadro atual do Estado Brasileiro chega a ser contraditória, pois hoje uma das grandes dificuldades é assegurar e regular a gestão dos recursos públicos em benefício da sociedade, é perceptível uma convergência entre gestores públicos, especialistas e formadores de opinião a respeito das fragilidades e potencialidades do Estado Brasileiro e da necessidade de se propor uma reforma da gestão pública, de natureza federativa, salientando a consolidação do processo democrático brasileiro, do qual o cidadão é co-responsável na gestão de seus municípios.
      Batista (p.68, 2007) afirma que “no Brasil, a gestão da coisa pública guarda especificidade diretamente relacionadas ao tipo de sociabilidade constituído desde o período da colonização. Trata-se de um modelo de Estado que emerge de um padrão de relações sociais influenciado por uma ordem tradicional, fundamentada em relações de poder pessoal e patrimonialista com a ordem racional-legal, representada pelo Estado de direito, cuja legitimidade repousa no exercício do poder impessoal e de acordo com as leis.”
        Um dos grandes desafios do gestor público municipal é estabelecer estratégias de desenvolvimento sustentável, implantando ações de médios e longos prazos, numa abordagem de políticas públicas integradas.
      O contraditório diz respeito ao consenso nos dias atuais sobre o estilo de desenvolvimento adotado pelo Estado Brasileiro, que demonstra ser socialmente perverso politicamente injusto e ecologicamente predatório. Essa consciência, porém, ainda não foi suficiente para transformar a atuação dos órgãos de planejamento e execução dos programas de desenvolvimento.

2. AS GRANDES TENDÊNCIAS MUNDIAIS E A TRANSFORMAÇÃO DO ESTADO

      Dentro de uma perspectiva histórica, o Estado liberal do século XVIII foi um Estado mínimo, composto de um pequeno núcleo estratégico que exerceu apenas funções típicas de Estado, tais como: defesa nacional, arrecadação e diplomacia, entre outras.
        No Estado do bem-estar, emergente nos séculos XIX e XX, pode ampliar seu campo de ação e passou a atuar diretamente na área social e a intervir no domínio econômico. Este Estado passou a ter gastos crescentes até sua crise nos anos 80, quando o gasto público atingiu patamares muitas vezes superiores a 50% do PIB de alguns países.
      Como tendência atual na evolução do Estado, o Estado social liberal, mantém um amplo campo de ação na promoção dos serviços sociais e coordenação da economia, mas com a operação e a execução preferencialmente descentralizadas e sujeitas a uma maior competição. Este novo perfil do Estado mantém uma importante participação do gasto público em relação ao PIB de cada país, mas com um estrito equilíbrio econômico.
       A globalização como integração econômica mundial existe desde o século XVIII, mas recentemente, com o avanço da tecnologia da informação, quando esta integração passa a ocorrer em tempo real, ocorre um processo de ruptura no modelo atual. A redução dos custos dos transportes e das comunicações, o aumento do comércio internacional, a expansão do sistema capitalista e a internacionalização dos mercados financeiros levaram ao surgimento de novos paradigmas onde a competitividade entre organizações e a busca da eficiência e da efetividade tornou-se essenciais.
      Sendo assim surgem novas relações entre capital e trabalho e a tradicional luta de classes deixa de ser foco das principais disputas. Patrões e empregados se aliam para competir juntos, buscando conquistar o mercado.
       Segundo Pimenta (p.12, 1998), o Estado vem sofrendo um período de reconfiguração, do qual incide diretamente na sua administração e desemboca algumas tendências atuais, tendo como causas de sua mutação, a globalização, o processo da tecnologia da informação e a emergência da sociedade civil organizada. Com efeito, tais mudanças estão diretamente atreladas à consolidação das estratégias neoliberais no Brasil, desde o inicio da década de 1990 até os dias atuais.
      É de fundamental importância compreender criticamente esse pressuposto básico referente à configuração do Estado Brasileiro, para que o debate acerca das políticas públicas seja situadas e fundamentadas de modo a problematizar o perfil que a educação profissional vem assumindo e o perfil que os novos gestores públicos deveriam assumir, mediante tal contexto; A realidade impõe assim desafios teórico-metodológicos para a superação da crise dos paradigmas das ciências sociais. E no centro dessa crise encontra-se o papel da educação na formação técnico-profissional, justamente por ser um dos elementos mais importantes na definição da forma, das possibilidades e das condições de inserção dos indivíduos nos espaços de produção econômica – no trabalho -, como elemento crucial e irrevogável de sua sobrevivência TUPPY (p.121, 2002).
      Dentro deste contexto sabe-se que o Estado e a Sociedade têm sempre coexistido no processo histórico, algumas vezes de forma mais harmoniosa e outras de forma menos harmoniosa. Na verdade é que ambas são faces da mesma moeda.
      È importante citar “a primeira fase do Estado Moderno foi marcada pelo antagonismo que o poder público representava junto à sociedade; esta o confundia com o regime absolutista findo no século XVIII. Qualquer ingerência do Estado no âmbito dos interesses individuais era tida como ilegítimos ainda que direcionada para interesses coletivos. Era o Estado Liberal, jusnaturalista e individualista. Era enfim, o Estado não intervencionista, ou seja, o Estado Mínimo.” FILHO (p.19, 2008)
      Podemos dizer que a reforma gerencial do Estado brasileiro é recente, mas apresenta uma tendência bem delineada e não caminha para a constituição de um Estado mínimo, e sim para um Estado forte, legítimo, ágil, indutor e regulador do desenvolvimento econômico e da justiça social.

2.1. Gestão Pública e Administração Pública: Conceitos e Contextos

      Em meados de 1995 podemos vislumbrar uma nova realidade do Estado Brasileiro, antes desse período, a gestão Pública era marcada por ser bastante centralizada e burocrática, mas atualmente o Estado têm se tornado empreendedor, marcado por uma maior cooperação entre o público e privado, tendo princípios totalmente diferentes do conhecido na Administração Pública tradicional.
      É importante frisar que o Estado burocrático tem se modificado significativamente no decorrer dos anos.  A partir da reforma administrativa brasileira de 1995 está abandonando algumas funções e assumindo outras, “transformou-se de um Estado produtor de bens e serviços para um Estado regulador do desenvolvimento”. PIMENTA (p.73, 1998).
      A intervenção direta do Estado na economia está ligada ao produtor de bens e serviços, que reserva determinadas atividades econômicas à iniciativa estatal, tais como; Regime de privilégio de exploração, Regime de monopólio, Grande autonomia do poder estatal (decisões de cunho político), Instabilidade regulatória e o Caráter excepcional e subsidiário à iniciativa privada.
       Podemos citar as Empresas públicas que tem como características a pessoa jurídica de direito privado, constituída sob qualquer forma admitida em direito, possuindo capital 100% público, por exemplo; Caixa Econômica Federal, Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. As Sociedades de Economia Mista, que tem como características a pessoa jurídica de direito privado constituída, necessariamente, sob a forma de sociedade anônima, cujo controle majoritário deve ser público, tais como; Petrobras, Banco do Brasil e Eletrobrás.
       No Estado Regulador a constatação da ineficiência da máquina administrativa para prestar diretamente os serviços de interesse social, aliado aos custos excessivos para a sua manutenção, fez com que fosse iniciada no mundo contemporâneo, uma série de transformações, com a finalidade de reduzir a atuação direta do Estado, repassando-se à iniciativa privada atividades que, por sua natureza, podem ser executadas por particulares.
      Tendo em vista essa contextualização surge a ideia de Estado como essencialmente regulador e não executor, e as atividades que permanecerem sob a sua responsabilidade deverão preferencialmente ser executadas de forma descentralizada com a contratação de entidades ou empresas privadas, de modo a que o Estado apenas mantenha suas funções de ente soberano.
      Com o advento do neoliberalismo, muda-se a mentalidade acerca do Estado, este, que era pautado por ser assistencialista, um Estado do bem estar social, que suportava os altos encargos visando o bem estar do indivíduo, tornou-se demasiadamente oneroso e inviável. O termo Gestão representa, de forma simplificada, o ato de gerir ou administrar. Administrar, por sua vez, é planejar, organizar, dirigir e controlar as organizações, fazendo as ações acontecerem, visando atingir os objetivos estabelecidos. Entre as principais funções de gestão são: - fixar objetivos futuros e estabelecer metas a serem atingidas (planejar); - reconhecer, analisar e solucionar problemas; - organizar e alocar recursos (materiais, financeiros, tecnológicos, etc.); - respeitar leis e normas internas; - negociar; - comunicar, dirigir e motivar as pessoas (liderar); - se relacionar, de forma adequada, com fornecedores, clientes, entidades públicas, privadas e do terceiro setor, entre outros agentes econômicos e sociais; - analisar informações e tomar decisões; - mensurar e avaliar (controlar), orientando-se por resultados.
      Nas entidades públicas, há praticamente um consenso mundial de que a gestão constitui um fator fundamental para o aumento da eficiência das ações governamentais, visando à melhoria da prestação dos serviços ao cidadão e não apenas focada em seus processos burocráticos internos, sem impactos significativos sobre a população. É justamente o que aponta o amplo movimento que se observa em quase todos os países, no sentido da reforma e modernização do Estado, buscando assim formar um novo conceito de gestão pública.
      Portanto a dimensão das pessoas constitui-se a base fundamental, o alicerce sobre o qual toda a entidade se posiciona. O objetivo é preparar os profissionais para promover uma mudança de mentalidade, desenvolver habilidades técnicas que proporcionem máxima qualidade em todas as atividades desenvolvidas, além de prepará-los para conviver em um ambiente de mudanças constantes, criando um clima que facilite o desenvolvimento da capacidade de antecipação da organização, condição fundamental para o seu fortalecimento.
      Segundo HARMON E MAYER (1999, p.34): A administração pública é a ocupação de todos aqueles que atuam em nome do povo – em nome da sociedade, que delega de forma legal – e cujas ações têm consequências para os indivíduos e grupos sociais.  
     A máquina pública não foi capaz de retribuir ao cidadão os bens e serviços que ele necessitava, atuando muitas vezes com falta de economia, competência e eficiência.
  A Administração Pública Federal brasileira é composta pelos três Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. O Poder Executivo: administração direta e indireta.
     A Administração Direta é constituída pelos Ministérios Regulares e Extraordinários, os quais são dotados de: Secretarias Executivas, Consultorias Jurídicas (que são órgãos da Advocacia Geral da União), Secretaria de Controle Interno (CISET), Secretarias específicas, Departamentos, Coordenações e Divisões.
     A Administração Indireta é o conjunto de entidades personalizadas, vinculadas normalmente a um órgão da Administração Direta (Ministério ou Secretaria): autarquias; fundações públicas; empresas públicas; sociedades de economia mista. Percebe-se que a Gestão Pública e a Administração Pública devem ser exercidas obrigatoriamente com observância da: Legalidade, isto é, estrita obediência à lei, pois nenhum resultado poderá ser considerado bom, nenhuma gestão poderá ser reconhecida como de excelência à revelia da lei. Impessoalidade, ou seja, não fazer distinção entre as pessoas, excetuando-se os casos previstos em lei. A cortesia, a rapidez no atendimento, a confiabilidade e o conforto são requisitos de um serviço público de qualidade e devem ser disponibilizados a todos os usuários indistintamente. Em se tratando de organização pública, todos os seus usuários são preferenciais, são pessoas muito importantes. Moralidade, isto é, pautar a gestão pública por um código moral. Não se trata de ética (no sentido de princípios individuais, de foro íntimo), mas de princípios morais de aceitação pública. Publicidade, ou seja, ser transparente, dar publicidade aos fatos e aos dados, induzindo ao controle social. Eficiência, isto é, fazer o que precisa ser feito com o máximo de qualidade ao menor custo possível. Não se trata de redução de custo de qualquer maneira, mas de buscar a melhor relação entre qualidade do serviço e qualidade do gasto.  As organizações, por sua vez, também são sistemas, com partes que interagem para atingir objetivos e que se relacionam com um ambiente externo.

     Os componentes básicos de um sistema organizacional são: - Recursos (Entradas) – para que uma organização possa gerar produtos e serviços, é preciso, primeiramente, conseguir uma série de recursos para que haja a transformação (processo produtivo).  Esses recursos utilizados podem ser: humanos, financeiros (dinheiro), matéria-prima, móveis, equipamentos, tecnologia, informações sobre o ramo de atividade, informação sobre o público-alvo, informações sobre o ambiente externo, entre outros:
- Produtos e Serviços (Saídas) – representam aquilo que o público-alvo ou os clientes querem da organização.
- Transformação – representa o processo produtivo de transformar os recursos em produtos e serviços que atendam ao público-alvo. Nesse sentido, a organização deve se preocupar em gerenciar fatores como: estratégias, pessoas, procedimentos de trabalho, estrutura física, estrutura organizacional, logística, tecnologia, fortalecimento da imagem organizacional, etc.
- Controle e Avaliação – são os mecanismos de avaliação, por meio de informações gerenciais, que permitem à organização verificar sua Eficiência (utilização dos recursos da melhor forma possível, com os custos minimizados, sem perder Eficiência e Eficácia (cumprimento dos seus objetivos e alcance dos resultados esperados) e Garantia de Sustentabilidade (manutenção de vitalidade e satisfação do público-alvo).
- Retroalimentação (ou Realimentação ou Feedback) – todas as organizações estão buscando constantemente fazer melhor amanhã do que fazem hoje, tornando-se fundamental o uso das informações oriundas do Controle e Avaliação.
     
3. DIRETRIZES DA CARTA DE BRASILIA SOBRE GESTÃO PÚBLICA
     
      As diretrizes dispostas na Carta de Brasília sobre Gestão Pública, que em maior ou menor grau já estão sendo implementadas por governos estaduais e pelo governo federal, envolvem oito frentes de atuação: 1. Simplificação dos processos de trabalho, com redução do excesso de regras e controles; 2. melhor articulação entre planejamento e orçamento, com gestão orçamentária menos rígida e voltada para resultados; 3.melhor coordenação de ações intra e inter-governos; 4. revisão do marco legal, incluindo alteração da Lei de Licitações e revisão das formas jurídico- institucionais vigentes; 5. prevenção e combate à corrupção, com ênfase em mecanismos de transparência e controle social; 6. profissionalização e capacitação contínua da força de trabalho; 7. uso intensivo de tecnologia como ferramenta de apoio à gestão; 8. estudos e pesquisas como subsídios para políticas de modernização do Estado. Nesse processo de reforma da gestão pública, são várias as fronteiras que o Brasil precisa ultrapassar. É um processo gradual e que deve ser compreendido como um conjunto de pequenas reformas. O sucesso para atingir essas metas passa pelo envolvimento de cada vez mais atores, incluindo todos os níveis de governo, todos os poderes e a sociedade.  (Fonte: Artigo: Encarando os Desafios da Governança Pública no Brasil do Século XXI - Autor: Marcelo Viana Estevão de Moraes, Secretário de Gestão do Ministério do - Planejamento, Orçamento e Gestão Brasil).
     É fundamental investir na melhoria da gestão pública e dar visibilidade ao tema, de forma a incluí-lo nas agendas dos governos, mostrando a sua importância para que o Estado tenha condições efetivas de propiciar as respostas que a sociedade demanda. O desafio de modernizar a gestão é de todos os três níveis de governo, de todos os poderes e também da sociedade, em particular dos seus setores organizados.
     O Gestor Público é sempre estimulado a atuar seguindo regras determinadas a resolvendo problemas claramente especificados e pontuais, passa a encontras desafios mais complexos e diversos, como a captação de recursos, a formulação de estratégias, a gestão da qualidade, a gestão participativa e da produtividade e o estabelecimento de articulações com entidades externas.
      No Brasil, a reflexão é oportuna, principalmente quando considerados os impactos do estágio atual do processo de redemocratização sobre a dimensão da gestão pública. O amadurecimento da atividade política no país tem se consubstanciado na convergência das agendas de governo em torno da construção de um modelo nacional de desenvolvimento socialmente inclusivo, sustentável do ponto de vista econômico e ambiental, e que repercute no espaço regional sul americano influenciando seu processo de integração.
      O termo “gestão pública” está ligado diretamente à administração e, por consequência, à ideia de planejamento, direção, organização e controle, neste caso, de instituições de natureza pública.
      KLIKSBERG (1997) enriquece essa discussão identificando as competências requeridas aos gestores públicos para que possam responder com eficácia, aos desafios que lhes são impostos, como estabilizar a democracia, impulsionar o desenvolvimento e a competitividade, promover a integração econômica e garantir a participação comunitária, o mesmo promove essa reflexão utilizando como base as dificuldades para transformação dos órgãos públicos e a obtenção de uma gestão social eficiente como inércia burocrática, os interesses corporativistas, a rigidez orçamentária e de normas jurídicas e os recursos humanos pouco capacitados para atuarem como agentes de mudança.
      A busca pela solução dos problemas conduz os gestores a unir as partes que compõem a organização para formar um sistema que dará condições para administrar o todo. De acordo com Oliveira (2005, p. 6), “sistema é um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com um determinado objetivo e efetuam função específica”. A formação de um sistema se dá pela união de diversas partes interdependentes que conjuntamente visam atingir um objetivo comum.
      Entretanto, acima de qualquer método e estratégia de gestão, o que torna um gestor público um profissional capacitado, comprometido e acreditado, é a “ética”. Se o gestor público seguir os princípios da ética, certamente estará atento à capacitação, à concretização de metas e desempenho satisfatório em prol da coletividade, à incorporação da inovação, ao estabelecimento de parcerias e definição de estratégias douradoras, enfim, à busca pelo desenvolvimento sustentável. Sem a disciplina e seriedade da conduta ética, nenhum esforço é mérito.
      A visão do administrador público se concentra na qualidade da prestação de serviços, sendo que os objetivos e respectivos resultados devem estar relacionados aos interesses sociais. Pois, para Cruz (2006, p.2) “as pessoas que pagam impostos - contribuintes esperam, e merecem um serviço público de boa qualidade. E a equipe que presta o serviço precisa saber bem o que se espera dela e o que é necessário fazer e como buscar caminhos para melhorar”. Dessa forma, o gestor público deve apresentar um perfil não apenas objetivo, mas também subjetivo - que se volte ao social, a cidadania, e deve abranger conhecimentos acerca do direito administrativo e representação diante de contatos políticos administrativos. Também é importante a visão global de gestão, para estabelecer estratégias, firmar parcerias com os demais setores, despertar a participação e estabelecer uma sistemática interação entre planos, metas padrões, orçamento anual e plano plurianual, contemplando projetos, programas e ações que gerem desenvolvimento socioeconômico e ambiental, “obedecendo aos princípios da boa governança: transparente, mensurável, coerente, longo prazo, integridade (cumprimento da lei)”. (LEVY, 2006, p.5). A ampliação de interlocutores permite retomar uma observação de Melchior (1987, p. 4) acerca da importância da politização do debate sobre os recursos para educação: A reordenação do sistema de financiamento, tanto público como privado, fazendo-o girar em torno dos valores de liberdade e igualdade, exige uma operacionalização que passa necessariamente pelo político. Inicialmente, de forma estática, estes valores terão que ser inscritos em texto constitucional.   Posteriormente, a aplicação dos valores de igualdade bem como as restrições deverá ficar com a representação política, tanto legislativa quanto executiva. Para que essa reordenação possa ser executada, exige-se uma condição básica da representação política: sua legitimidade. É cada vez maior a gama de atribuições que os gestores devem atender e compreender. Para isso profissionalização e capacitação são demandas cada vez mais prementes. Não poderiam ficar de fora os gestores públicos, visto que administram e gerenciam: setores, verbas e pessoas, além de, na maior parte dos casos, terem de integrar as necessidades do público atendido, com o serviço prestado e as metas setoriais.  O que caracteriza o nosso tempo são as mudanças cada vez mais rápidas. Nosso maior desafio é entender como as mudanças rebatem no setor público e definir uma estratégia para tornar o setor público aberto às inovações e com capacidade de adaptar-se rapidamente. O setor público não é historicamente caracterizado como inovador, aberto às mudanças, daí, o desafio é maior ainda. A burocracia, os políticos e os dirigentes públicos têm se movido muito devagar, numa velocidade aquém da necessária para preparar o Estado para esse quadro de mudanças.   A política pública de gestão tem por objetivo aprimorar a capacidade do Estado de formulação de políticas, de implementação de políticas e de gestão de recursos, para que o Estado possa atender cada vez melhor às demandas dos usuários (cidadãos e empresas) por mais e melhores serviços públicos, com eficiência, transparência e participação da sociedade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
     O percurso teórico que fizemos foi de extrema importância para auxiliar no desenvolvimento prático da pesquisa. O Estudo foi iniciado falando sobre às tendências do novo Estado e os principais problemas brasileiros na gestão pública, também falamos algumas características que se apresentam na Gestão Pública e no Gestor Público, evidenciamos um pouco as Diretrizes da Carta de Brasília sobre Gestão Pública e finalizamos com características de conceito sobre as novos desafios da Gestão Pública.
     Concluímos que a reforma da administração pública tem alguns objetivos políticos: construir processos de decisão governamentais transparentes e abertos à participação da sociedade, garantir o exercício dos direitos de cidadania, evitar a captura do Estado pelos interesses privados e corporativos e incentivar e apoiar a organização da sociedade. O Estado tem por finalidade o bem comum, significa que o mesmo deve, compulsoriamente, perseguir a criação de condições que possibilitem, a cada homem, ou grupo social, a realização de seus interesses pessoais. Partindo do que foi exposto nesse artigo, emerge uma série de indagações, aflições, dúvidas e incertezas recorrentes que certamente angustiam as mentes e os corações do povo brasileiro.
       Talvez, um dos maiores desafios para os gestores públicos contemporâneos, é como compatibilizar interesses políticos legítimos com acentuado desconhecimento de antagônicas obrigações e determinações técnicas legais? A usual e pragmática solução que se apresenta é a de cercar-se de assessores competentes, geralmente profundos conhecedores das questões administrativas e legais do cotidiano funcionamento da máquina pública, revestindo os atos do gestor com fortes cores, técnicas e legais.
       Considerando-se o fato de vivenciarmos a era do conhecimento, parece-nos adequado a aplicação de medidas que conduzam uma efetiva e substancial ampliação do volume de investimentos no capital humano. Acrescente-se que para combater problemas congênitos e complexos como o da corrupção, nada melhor do que o acréscimo de conhecimento e participação em respectiva gestão, elementos naturalmente gerados por sistemáticos treinamento e capacitação do agente público e de todos os interessados na melhor gestão da res publica. Por isso essa politica de desenvolvimento do gestor Público não pode ser entendida como uma politica isolada que cuida de parte dos recursos do governo e sim como um instrumento fundamental para que os Governos alcancem resultados de desenvolvimento e inclusão social.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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HARMON e MAYER, Estado e gestão pública: visões do Brasil contemporâneo. São Paulo, Editora Saraiva, 1999.


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WEBER, Max. O Que é a Burocracia. Editora: CFA – Conselho Federal de Administração, São Paulo, 2000.

quarta-feira, 20 de abril de 2016

A MATÉRIA INFELIZ E MACHISTA DA REVISTA VEJA QUE COLOCA A MARCELA TEMER COMO PRIMEIRA DAMA PERFEITA

A revista Veja perdeu mais uma oportunidade de ficar calada.
Numa tentativa óbvia – quase desconcertante, tamanha a vergonha alheia – de colocar Marcela Temer como a primeira-dama perfeita, a revista deu mais um show de machismo e atraso.
Na matéria, Marcela é colocada como “bela, recatada e do lar” – nada mais conveniente para a sociedade patriarcal. Afinal, uma mulher bela, recatada e do lar – tal qual a mulher idealizada da literatura romântica do século XIX – não pisa no calo do machismo.

Como Marcela, ela se satisfaz em ser “o braço direito do seu homem” – porque os seus braços, os seu corpo e a sua mente estão, de fato, unicamente direcionados aos interesses do homem que “a assumiu”. Eis o papel que o patriarcado lhe conferiu. O tom de admiração e satisfação diante de uma mulher subalterna empregado na matéria é repugnante. Marcela, a mulher linda, elegante, discreta e subserviente é o sonho de consumo da Veja e dos golpistas conservadores. É a mulher que encontra conforto num casamento tradicional, que precisa de um homem que a proteja e dê significado à sua vida pública – e quando falo em vida pública, refiro-me a tudo aquilo que extrapola os limites do papel de “mulher do lar”.
A Veja quer mulheres que não sustentem, sozinhas, suas próprias vidas, suas próprias lutas, sua própria existência. Que estejam – e se contentem em estar – à sombra de seus homens. Que dependem deles para existirem socialmente e que mantenham a fragilidade que só eles podem alimentar: as princesas perfeitas a espera de um homem forte e corajoso que, finalmente, legitime a sua existência (talvez os editores da Veja estejam lendo muitas histórias da Disney).
Essa mulher – agora representada pela aspirante a primeira-dama do Brasil – é justamente a figura idealizada do Brasil do século XIX (ao ler a matéria, sinto-me em 1850): a mulher pudica, que sempre pede “luzes finíssimas”, que não se atreve a ascender intelectualmente (segundo a matéria, Marcela é bacharél em direito, mas trabalhou pouco e tem um currículo lattes sucinto), que se casa com o primeiro namorado e jamais expressa uma postura libertária.
Marcela Temer é a figura do retrocesso feminista e a Veja parece ter orgasmos com sua mera existência.
A matéria serve para que tenhamos uma noção clara – embora já o saibamos há algum tempo – do que, de fato, tanto incomoda a direita ao ver uma mulher como Dilma Roussef na presidência.
Ao contrário de Marcela, Dilma é tudo que o patriarcado não quer: não obedece aos padrões de beleza estabelecidos, não se curva diante da exigência de subserviência feminina que ainda persiste, não cultiva a delicadeza tradicionalmente feminina (afinal, não somos obrigadas!), luta com as próprias mãos, derrama o próprio suor, e o que é pior: é a mulher mais poderosa do país.
No bom e velho nordestinês: uma mulher de grelo duro.
A Veja, a direita e os golpistas (agora sendo redundante, já que se resumem à mesma coisa) não querem as mulheres poderosas.
Eles querem mais Marcelas e menos Dilmas. Mas vão só ficar querendo.
Por Nathalí Macedo
Fonte: Diário Centro do Mundo

OU VOCÊ TEM RESULTADOS... OU TEM DESCULPAS

Não dá pra ter as duas coisas ou você vai gastar seu tempo e energia tentando explicar, porque as coisas não deram certo ou vai usar isso para fazer acontecer.

Cair levantar, readequar-se e seguir em frente. Ser capaz de não lamentar mais do que deseja a melhoria. Isso faz a diferença!!!

Muitos vão ficar pelo caminho. 

O cansaço vai bater com certeza, mas continue acreditando...

Agarre-se as evidências que comprovam a evolução.

Aproxime-se de pessoas que te querem bem e estão dispostos a segurar na sua mão se necessário.

Não se desgaste com explicações demais... Ou querendo mas pelos outros do que eles mesmos querem!!! Olhe pra dentro de si e conecte-se com a sua energia vital, fonte inesgotável de renovação.

A vida começa dando certo pelo simples.

Luana Flávia

terça-feira, 19 de abril de 2016

A PONTE ENTRE O SONHO E A REALIDADE CHAMA-SE ACÃO

RESULTADOS NÃO CAEM DO CÉU

Só Esperar que o universo faça a sua parte sem que você esteja disposto a fazer a sua é o caminho para frustração. 

A FÓRMULA É SIMPLES.

1) Se levantar (não importa quantas vezes tenha caído)
2)Sacudir a poeira
3) Olhar pra frente de cabeça erguida
4) Dar um passo que seja na direção daquilo que deseja.

Agora vou contar um segredo;

A sua felicidade e realização estão muito mais perto que você imagina. 
Acredite em você. 


SE FALAR ALTO NÃO ESTÁ FUNCIONANDO QUE TAL MELHORAR SEUS ARGUMENTOS?

MUDE!!!

A vida exige o ajuste de postura e percepção.
A energia que se gasta quando se faz questão de sempre ter razão é infinitamente maior do que a gasta para ficar bem, opiniões diferentes ampliam a visão!!
Encontrar pessoas que não aceitam de primeira nossas imposições nos levam a reinvenção, a quebra de paradigmas.
Não queira ser a mesma pra sempre...
Permita-se a adaptação.
Recolher-se não significa perder.
Calar-se pode ser um gesto de humildade e maturidade.
Busque seu alinhamento interno.
Perceba, que nada é tão importante a ponto de tirar sua paz.


É PRA FAZER BONITO PROS OUTROS OU PRA FAZER VOCÊ FELIZ?

Essa resposta que pode verdadeiramente livrar da carga pesada das noites mal dormidas, do excesso de cobrança que vem se acumulando ao longo dos anos. 
Nada que faz bem maltrata.
Nada que faz feliz, pesa.
Repensar as regras impostas e redefinir prioridades.
Simplesmente pela vontade de que faça sentido!!!


Luana Flávia


  Vai menina Lua, extraía da vida o melhor... Dê cabeçadas por intuição, nem toda cabeçada é maldita... Vá entender!!! Nem todo acerto acres...